segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Os dois últimos cigarros.
Eles sentaram debaixo da árvore. Conversavam. Nenhum assunto em particular. Era só pra matar o tempo. E entre um riso e outro achar uma razão boba pra encostar as mãos.
Sentaram um pouco mais perto. Se olharam. Ela desviou e ficou fitando os desenhos na parede por um tempo. Ele se afastou, puxou do bolso um maço de cigarro e um isqueiro.
Ela olhou e pediu pra que ele não acendesse. Ele disse que tudo bem. Colocou o maço no banco, entre os dois.
Ela pegou o maço, abriu. Ainda havia seis cigarros. Pegou um e colocou-o de volta ao contrário. Disse pra ele que tinha feito um pedido. Era o cigarro do desejo dela. Pegou outro e deu pra ele, disse pra fazer o mesmo. Ele fez. Fechou os olhos, abriu olhou pro cigarro durante alguns instantes e colocou-o de volta à caixinha. Aquele seria o cigarro do desejo dele.
Se olharam de novo. Ele desviou. Levantou-se e disse que precisava ir. No terceiro passo ela pediu pra que ele não fumasse os cigarros dos desejos. Ele disse que não fumaria. Voltou. Deu um beijo na testa dela e continuou a andar.
Ela ficou sentada.
Ela desejou que ele...
Ele não desejou nada.
Deixou os cigarros guardados.
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