quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Nostalgia.


Eu tinha cinco anos. Ele seis. A gente costumava brincar no quintal da casa dele. Uma fase power rangers sabe? Eu sempre era a rosa e ele o vermelho. Morfávamos a tarde inteira. Ele sempre ganhava as lutas.
Os anos foram passando, as estações foram mudando e a gente nunca mais se viu.
Hoje eu tenho 21. Ele tem 22. Não sei o que ele faz no quintal da casa dele. Churrascos regados à cerveja com os amigos da faculdade, do trabalho? Talvez.
A gente nem perdeu tempo dando tchau. Não lembro da nossa última brincadeira. Pelo menos tudo acabou com brincadeira. Pelo menos a brincadeira acabou e ele ainda era meu amigo.
A primeira vez que eu dormi fora de casa, foi na casa dele. Engraçado. A gente brincou na piscina, com nossos rangers, baralho, "mini cientista", pistola d'água... Nossa, tudo. E no fim, lembro da mãe dele fazendo aquele macarrão com almôndega. Foi demais aquele dia. A noite a gente viu um filme e depois foi dormir. Eu acordei em 2 minutos e quis voltar pra casa, chorei, minha mãe chegou, e me levou embora.
Só lembro disso... Aliás, de tudo o que eu lembro dele, essa pra mim foi a última vez que eu o vi.
Será que a mãe dele ficou brava por que eu quis ir embora?
Não sei. Sei que hoje eu nem sei onde estão meus rangers. Nem sei onde ele está.
Tem certas coisas da infância que a gente não esquece. A hora de morfar é uma delas.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O tempo pára.

Agora mesmo, estava a mil por hora. Agora, nada me impede de fazer o que eu quiser. Mas a questão é que eu não quero fazer mais nada, eu não quero ser mais nada, quero ficar aqui, só, sem barulho, sem movimento. Entrei em pane. Clarice anda dentro dela, de um lado pro outro. Eu não, eu parei.
Parei e estou chorando, como se eu tivesse perdido tudo o que um dia fez sentido pra mim. Fez! Não faz mais! É tão complicado assim? É tão impossível assim?
Não adianta lançar ao léu palavras que, uma vez ditas, serão sempre lembradas.
A gente não apaga aquilo que diz. Não tem borracha pra isso. 
E dói lembrar. Também dói quando se fala disso de novo. Porque daí a gente só tá cutucando a casquinha da ferida. 
Chorar comprova pelo menos, que existiu alguma coisa. Ou então, nesse exato segundo, que não existe mais nada.



"Temos o direito de fazer promessas de amor que nunca serão cumpridas. Não há graça nenhuma em falar somente aquilo que se pode fazer." (Fabricio Carpinejar)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Fato.

Sempre mudei de ideia como mudo de roupa. Além de mudar de roupa todo dia, nunca tive paciência. Então além de ser uma "mudadora" de roupas constante, sou impaciente. O primeiro fato.
O segundo fato, é que dias desses li que "o amor é paciente". "E agora José?", pensei. Como faço pra encontrar algo que não tem nada a ver comigo? Consideraria a luta do século, a "impaciente das mil roupas" versus "o grande paciente estável". Façam suas apostas!
Isso existe?
Terceiro fato: não sei se gosto da idéia de amor. De amar. Paixão sim, vai. Aparece do nada, dura um pouco, te satisfaz, enjoa e vai embora.
O quarto, e último fato, é que eu cansei de mil roupas, de mil ideias. Quero parar com o closet infinito e ter uma combinação só. Acho que é só isso que tá faltando. Um amor.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Certeza

- Não adianta mais, eu vi.
- Não tem nada pra ver! Você pirou.
- Não fala que eu pirei. Eu vi! 
- Se você viu, cadê?
- Pergunta pra pessoa que me mostrou.
- Se você falar quem foi eu pergunto.
- Não vou falar, não sou fofoqueira. Quem mostrou tem alguma coisa com você, então você sabe quem é.
- Fala logo!
- Não vou falar.
- É você que sabe...
- É, eu que sei mesmo.
- O que você viu?
- Só vi, não importa.
- Você tem certeza?
- Certeza do que eu vi?
- Certeza de que realmente não importa...

sábado, 1 de janeiro de 2011

Carta à 2011.



Querido novo ano,
em primeiro lugar, bem vindo! Espero que você traga mais sorte do que 2010 me trouxe, e olha que foi muita viu!? Junto com a sorte que venham mais amigos, beijos, festas, desafios, viagens!
Espero que você consiga me fazer tão feliz quanto 2010 fez. Estou muito contente em receber você aqui! Por favor, independente de qualquer coisa, não me maltrate ou me faça chorar! E que se eu chorar, que seja rindo. Ah! Conserve as coisas boas que 2010 me deu, cuide delas com carinho.
Em segundo lugar, quero pedir que me surpreenda. Todos os dias coloque algo novo no meu caminho. Sejam flores, borboletas ou uma roupa nova na vitrine. E desde já quero faça uma coisa: venha, e venha com determinação. Vire o herói da história.
Seja o que 2010 não foi e seu papel será cumprido!
Tudo isso pra eu poder dizer daqui a um ano: "não acabe dois-mil-e-onze!".